Pra começar, vou falar do último filme que assisti: Histórias Cruzadas.
" Jackson, pequena cidade no estado do Mississipi, anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a emprega da melhor amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões."
O filme é cativante, tem uma história linda, que nos faz refletir sobre quanto somos preconceituosos ainda. Sou do tempo que separar copos para os empregados era normal nas "melhores famílias". Tradição que vem desde os meus bisavós... Lembro que, quando era criança, aquilo fazia sentido: acreditava que os empregados não queriam se misturar com os patrões... Não queriam reclamações do tipo: "Quem pegou meu copo?" Na verdade, na minha casa, todos tinham um copo marcado com seu nome. Nunca tinha visto nada demais nisso, mas pensando bem, existe um preconceito implícito aí, que nossa vó não nos falaria jamais. Há um conceito separatista.
No filme, esta ideia segregadora, é ainda mais forte, pois a história se passa nos anos 60, racismo bombando... Algumas empregadas negras, chegavam ao cúmulo de ter que fazer suas necessidades do lado de fora da casa, em buracos, pois não podiam usar os banheiros da casa. Ou tinham que prender até chegar em casa, tudo por causa da estupidez cultural da época. Os banheiros dos empregados eram separados e, mesmo assim, era luxo ter um. Uma dondoca, pregava que era uma questão de saúde pública para não pegar doenças com as serviçais.
O mais paradoxal, era que essas mulheres entregavam a vida de seus filhos, mal cuidavam das crianças, a educação era totalmente terceirizada por uma mãe negra que fazia tudo: trocar fralda, limpar, colocar pra dormir... Mas estas patroas tinham nojo só de pensar em usar o mesmo banheiro.
As cenas do filme são fortes, mas em alguns momentos bem engraçadinhas. A personagem de Emma Stonne, me faz pensar o quanto é difícil ser uma pessoa diferente dos padrões sociais. Se você não seguir aquelas convenções e fazer seu próprio parâmetro do que é " decente" ou moral, você vira um peixe fora d'agua. ( Me identifico! Por isso luto contra uma fobia social que ando desenvolvendo... é muita injustiça, muita hipocrisia, as vezes é difícil sermos nós mesmos. Mas hei de conseguir!).
O final é emocionante; um livro que conta histórias de mulheres desconfiadas, que quase ficaram caladas por causa do medo, mas que resolveram se abrir e mostrar o quanto a sociedade é injusta e insensível.
São histórias que se cruzam, que mostram mais do que um passado. O filme nos mostra o quanto nossa sociedade ainda precisa mudar.
Recomendo, assistam! Minha nota é 10. Depois me contem o que acharam!
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